A febre em crianças é uma das queixas mais comuns em consultórios pediátricos e em pronto atendimento médico, pois muitos pais ficam preocupados quando seus filhos apresentam um aumento da temperatura corporal. Porém, é importante ressaltar que nem sempre a febre indica um quadro grave ou preocupante, visto que se trata de uma resposta natural e saudável do organismo a uma infecção ou inflamação.
Assim, o mais importante é garantir conforto à criança e estar atento a sinais de alerta que, associados à febre, podem indicar um quadro mais preocupante.
A fisiologia da febre
A febre é uma reação natural e complexa do organismo em resposta a determinados estímulos potencialmente danosos para o corpo humano, como infecções por vírus, bactérias ou toxinas. Frente a tais exposições, o sistema imunológico é ativado, liberando “substâncias” chamadas pirógenos, que atuam diretamente no centro de regulação térmica, o hipotálamo. Esse, por sua vez, desencadeia um aumento da temperatura corporal para criar um ambiente desfavorável à reprodução dos agentes infecciosos.
Uma vez que o hipotálamo estabelece um novo ponto de ajuste mais alto, diversas mudanças ocorrem no corpo para elevar a temperatura, como a contração dos vasos sanguíneos e de músculos diversos, causando calafrios e tremores.
Como saber se o meu filho está com febre?
Como a temperatura corporal pode variar dependendo do local onde é medida, não existe um valor exato que determine a presença de febre em crianças. Porém, de maneira geral, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) considera quadro de febre quando a temperatura axilar ultrapassa 37.5º C.
Além disso, é importante notar, também, a presença de sinais e sintomas clássicos de quadros febris, como extremidades frias, sensação de frio, ausência de suor e eventuais tremores e calafrios.
Febre em crianças: motivo de alerta, mas não de urgência
É fundamental entender que a febre em si não é uma doença, mas sim um sintoma de algum problema subjacente, de forma que nem todo quadro de febre em crianças requer tratamento imediato. Assim, o mais importante é se atentar a certos sinais de alerta, como:
- Febre persistente por mais de 72 horas;
- Recusa alimentar;
- Convulsões;
- Erupções cutâneas;
- Irritabilidade extrema;
- Alterações do nível de consciência.
Quando é recomendado o uso de antitérmicos?
Sabendo que a febre é uma forma de o corpo humano combater mais rapidamente os agentes infecciosos, em alguns casos pode ser benéfico não medicar a criança e manter a temperatura elevada. Ou seja, nem todos os quadros febris devem ser tratados com antitérmicos.
Segundo as diretrizes da SBP, o uso de antitérmicos para febre em crianças deve ser considerado quando estiver associada a sinais de desconforto evidente, como choro intenso, irritabilidade, perda de apetite, prostração e distúrbios de sono.
Além disso, vale ressaltar que o uso de antitérmicos visa aliviar o desconforto da criança, e não tratar a causa da febre. São de grande ajuda, também, as medidas não medicamentosas, como manter a criança bem hidratada e alimentada, vesti-la com roupas leves e garantir um ambiente confortável
Em quais casos a febre em crianças é preocupante?
A febre em crianças é preocupante nos seguintes casos:
- Quando permanece por mais de 72 horas;
- Quando ultrapassa 39,4ºC e está associada a tremores de frio;
- Quando há prostração extrema;
- Nas crianças com menos de três meses.
Assim, é importante reforçar que a ação mais relevante na criança com febre é a avaliação do quadro clínico completo, considerando todos os sinais e sintomas e não apenas o aumento da temperatura corporal. Ou seja, o foco deve estar no bem-estar da criança como um todo, em vez de se concentrar em valores numéricos de temperatura.
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