Dada a importância da amamentação para o desenvolvimento da criança, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que o aleitamento materno seja exclusivo até os seis meses – quando deve-se começar a introdução alimentar –, e mantido até pelo menos os dois anos de idade. Essa orientação baseia-se no fato de que a amamentação proporciona inúmeros benefícios para a mãe e criança, mas é preciso ficar atenta aos sinais que podem indicar um quadro de hiperlactação na mulher.
A importância do aleitamento materno
O aleitamento materno é um dos fatores mais importantes para a saúde e bem-estar do bebê, pois além de fornecer todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento da criança, o leite materno também é rico em anticorpos e substâncias que ajudam a protegê-lo de doenças e infecções.
Além disso, a amamentação traz benefícios para a mãe, como a redução do risco de câncer de mama, melhora da recuperação pós-parto e fortalecimento do vínculo afetivo com o bebê.
Hormônios e lactação
Desde o início da gestação o corpo da mulher passa por alterações hormonais para que a produção e ejeção de leite ocorram adequadamente após o nascimento do bebê, sendo a prolactina e a ocitocina os hormônios mais importantes dessa fase.
A prolactina é responsável por estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias, aumentando a síntese de proteínas e outras substâncias necessárias para a formação do leite. Já a ocitocina estimula a contração das células para que ocorra a ejeção do leite, e é produzida e liberada durante a amamentação em resposta à sucção do bebê.
O que é hiperlactação?
A hiperlactação, também conhecida como hiperprodução de leite materno, é uma condição em que a mãe produz uma quantidade excessiva de leite, que apesar de não ser prejudicial ao bebê, pode causar desconforto e incômodo para a mãe, como ingurgitamento mamário, dor nas mamas, vazamento excessivo de leite, além de aumentar a probabilidade de desenvolvimento de mastite.
Sinais e sintomas da hiperlactação
Segundo o Ministério da Saúde, os principais sinais e sintomas da hiperlactação são:
Relativos às crianças
- Engasgos ou tosse durante as mamadas;
- Leite escorrendo da boca durante as mamadas;
- Dificuldade em manter a pega, com a criança largando o peito abruptamente, arqueando o corpo;
- Regurgitação;
- Flatulência;
- Fezes explosivas e aquosas;
- Ganho de peso insatisfatório.
Relativos à mãe
- Desconforto permanente nas mamas;
- Dor profunda em agulhada;
- Presença de áreas sensíveis, firmes e nodulares nos seios;
- Dor intensa ao primeiro sinal de ejeção do leite;
- Reflexo de ejeção do leite exacerbado;
- Vazamento constante de leite entre as mamadas;
- Vazamento de leite ainda na gestação.
Como evitar a hiperlactação?
A hiperlactação ocorre quando a produção de leite materno é maior do que a necessidade e o consumo do bebê, sendo que a técnica inadequada de amamentação pode alterar o equilíbrio hormonal e aumentar a predisposição à hiperlactação. Por isso, alguns hábitos devem ser evitados, como o esvaziamento incompleto das mamas, horários pré-determinados de mamada e o uso de chupetas e de complementos alimentares.
Assim, dentre as dicas para evitar este quadro, estão:
- Amamentar em livre demanda;
- Evitar o uso de bombas de extração de leite, a menos que seja realmente necessário;
- Não estimular os seios desnecessariamente, evitando tocar ou massagear sem motivo;
- Usar roupas confortáveis e que não apertem os seios;
- Certificar-se de que o bebê está fazendo uma pega correta;
- Evitar medicamentos ou suplementos que possam aumentar a produção de leite sem a orientação de um profissional de saúde.
É válido, ainda, lembrar que cada mulher é única e pode ter necessidades e recomendações específicas, e por isso é preciso seguir as orientações de um profissional de saúde especializado em aleitamento materno.
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