Você já ouviu falar em exterogestação?

Os 100 primeiros dias de vida são fundamentais para a adaptação do recém-nascido à vida fora do útero segundo a teoria da exterogestação.

A mudança do ambiente intraútero para o ‘mundo externo’ é um evento que gera estresse para o bebê, independente do tipo de parto. Afinal, por dezenas de semanas ele esteve restrito a um ambiente protegido e acolhedor, e subitamente é ‘expulso’ do útero, encontrando um meio com muita luminosidade, oscilação de temperatura, barulhos e cheiros, além de ser excessivamente manuseado pelos pais, familiares, equipe médica e muitas outras pessoas. 

Para que essa transição seja o mais calma e menos traumática possível, a teoria da exterogestação preconiza que, durante os primeiros 100 dias de vida do bebê, os familiares simulem o ambiente intrauterino, pois segundo essa teoria, nos primeiros três meses de vida o bebê continua se desenvolvendo como se ainda estivesse no útero da mãe.

A teoria da exterogestação

A exterogestação (gestação externa) é definida como o período de 100 dias após o parto, quando o bebê se desenvolve completando doze meses desde sua concepção. Essa teoria se baseia no fato de o ser humano ter um crânio maior que outros mamíferos, de tal maneira que a gestação deve ser mais curta para garantir que o bebê consiga passar pela pelve materna.

Ou seja, segundo a teoria da exterogestação, os seres humanos nascem antes do tempo para evitar que o crânio cresça excessivamente, e por isso precisam terminar de amadurecer no meio externo, sendo papel dos pais propiciar um ambiente que simule a vida intrauterina

Os primeiros 100 dias de vida do bebê

Estas são algumas dicas para que a família recrie o ambiente intrauterino nos três meses que seguem o nascimento do bebê.

  • Aconchegar o bebê em um sling ou mantê-lo “embrulhado” em pacotinhos ou casulos de fraldinhas e cobertas;
  • Segurar o bebê de lado, apoiando a cabeça na mão e o restante do corpo no braço, aproximando do próprio corpo;
  • Utilizar barulhos comuns do cotidiano, em volume baixo, que lembram aqueles que ele ouvia dentro da barriga da mãe. Secador de cabelo, barulhos com a boca e aspirador de pó são alguns exemplos;

Balançar o bebê enquanto caminha, dança ou faz qualquer atividade, tal como o fazia com ele no útero durante a gestação.

Amamentação em livre demanda durante a exterogestação

A amamentação do seio materno é, sem dúvidas, uma das principais formas de ajudar a criança em seu desenvolvimento, pois o leite humano tem todos os nutrientes necessários para o bebê crescer, além de contar com anticorpos que passam da mãe para o filho.

Porém, além desses benefícios, a amamentação em livre demanda reforça os laços afetivos entre mãe e bebê, o que colabora para facilitar a transição do recém-nascido durante a exterogestação.

Consolidar uma rede de apoio às mães é essencial

Embora a proposta da teoria da exterogestação de proporcionar ao bebê um ambiente que simula o útero seja muito benéfica à criança, para ter sucesso a mãe deve poder contar com uma rede de apoio, ou seja, ter pessoas próximas que ajudem nesse processo, tornando sua adaptação mais tranquila.

A importância do acompanhamento médico

Dado que o objetivo da simulação de ambiente durante os 100 dias de exterogestação é proporcionar, ao bebê, uma situação que colabore para o desenvolvimento de sua saúde, é fundamental também contar com o acompanhamento médico.

Nesse sentido, o pediatra tem a função de realizar as consultas de puericultura conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), nos primeiros 100 dias de vida a criança deve passar por pelo menos três consultas de puericultura: uma por mês.

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