A presença do pediatra na sala de parto é uma questão de extrema importância para o bem-estar do recém-nascido e para uma boa adaptação à vida extrauterina, pois envolve o cuidado do bebê desde os primeiros minutos de vida. Porém, embora essa seja uma prática recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), infelizmente nem todas as famílias têm acesso, principalmente as mães que dão à luz em áreas afastadas ou em locais com pouca estrutura e equipes incompletas.
Portanto, é fundamental que os pais saibam a importância de ter um pediatra na sala de parto e se planejem para garantir que seus bebês tenham acesso a esse cuidado tão importante para o início de sua vida.
A importância dos cuidados pré-natais
A assistência à saúde do bebê inicia antes mesmo do nascimento, ou seja, começa durante o pré-natal pediátrico. Assim, a SBP recomenda que a gestante realize acompanhamento médico não apenas com o obstetra, mas também com o pediatra, rotina que pode ser iniciada no terceiro trimestre.
Nesse momento, além de começar a estabelecer um vínculo com o profissional que vai cuidar de seus filhos durante toda a infância e adolescência, a família recebe informações sobre fatores ambientais, sociais e biológicos que influenciam o desenvolvimento físico e emocional da criança. Além disso, são informados sobre o direito da mulher de escolher um acompanhante durante todo o período do parto e no puerpério imediato, bem como é reforçada a importância da presença de um pediatra na sala de parto para oferecer os melhores cuidados ao recém-nascido.
Nascimento seguro: médico pediatra na sala de parto
Devido à grande importância dos cuidados ao recém-nascido para seu desenvolvimento e para a redução da mortalidade infantil, a SBP reforça através de seus documentos e diretrizes oficiais a importância de ter um pediatra na sala de parto. Esse profissional é capacitado para realizar uma avaliação imediata e abrangente do recém-nascido logo após o nascimento, estimulando o contato pele a pele durante a primeira hora de vida quando o bebê nasce com boa vitalidade.
Já aqueles que apresentam qualquer dificuldade de adaptação ao meio extrauterino recebem avaliação e intervenção médica imediata se necessário, que pode ser desde um simples aquecimento do recém-nascido, monitorização e administração de medicamentos até manobras de reanimação. Vale ressaltar, ainda, que no caso de gemelares é preciso ter uma equipe pediátrica para cada bebê, pois essa condição é, por si só, um fator de risco.
Além disso, a presença do médico pediatra na sala de parto oferece suporte e tranquilidade aos pais, com a oportunidade de fazer perguntas, receber orientações e esclarecer dúvidas após o nascimento do bebê. Ou seja, essa prática contribui para um ambiente mais seguro, acolhedor e confiante durante esse momento tão especial.
Testes de triagem neonatal
Outra forma de cuidar do desenvolvimento do recém-nascido é através do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), prática que desempenha um papel fundamental na identificação precoce de condições de saúde, permitindo intervenções e tratamento adequado para garantir o melhor desenvolvimento e qualidade de vida para os recém-nascidos.
Os principais testes de triagem neonatal realizados pelos pediatras são:
- Teste do pezinho, que identifica seis doenças metabólicas de origem genética;
- Teste do olhinho, realizado ainda na maternidade, para identificar alterações oftalmológicas que mereçam investigação especializada aprofundada;
- Teste do coraçãozinho, realizado após as primeiras 24 horas de vida para identificar sinais de malformações congênitas;
- Teste da orelhinha, que ajuda a rastrear os recém-nascidos com possíveis perdas auditivas;
- Teste da linguinha para verificar se a criança tem alguma alteração no frênulo lingual que possa dificultar a amamentação e elencar aquelas que devem passar por tratamento cirúrgico.
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