O incentivo à prática de atividade física na infância e na adolescência faz parte das estratégias nacionais de promoção da saúde na população pediátrica, pois é uma forma de garantir o crescimento e o desenvolvimento saudável dos pequenos. Assim, médicos, professores e pais podem, juntos, ajudar a construir uma sociedade menos sedentária e com menos doenças crônicas.
Quais os benefícios da atividade física na infância?
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a atividade física na infância é uma forma de prevenir a obesidade e doenças metabólicas, como a hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes, além de melhorar a cognição e a autoestima. Portanto, dentre os incontáveis benefícios dessa prática estão:
- Desenvolvimento de habilidades motoras e coordenação;
- Melhora da função cardíaca, reduzindo o risco de desenvolver doenças cardiovasculares;
- Controle de peso;
- Promoção da saúde mental, reduzindo os sintomas de ansiedade e depressão;
- Melhor desenvolvimento cognitivo, ajudando na concentração, memória e desempenho acadêmico.
O impacto da pandemia, na prática de atividades físicas
Com a restrição das práticas de atividade física durante a pandemia devido à necessidade de distanciamento social, as crianças passaram a ficar em casa o dia todo, com os pais e familiares que também estavam restritos ao lar, focando ainda mais nos jogos de videogame, computador e televisão.
Tais mudanças na rotina colaboraram para um aumento do sedentarismo e uma maior dificuldade de inserção nas atividades físicas após o retorno às aulas presenciais. Por isso, as crianças que viveram essa fase precisam ser ainda mais estimuladas a ter contato com exercícios físicos, seja no colégio, com colegas da vizinhança, com os próprios pais ou em escolas de dança, luta ou esportes.
Recomendações para cada idade
A escolha do melhor tipo de atividade física a ser praticada na infância deve seguir as recomendações da SBP para cada faixa etária.
- Crianças de 0 a 2 anos de idade
O ideal é que as crianças até os dois anos não tenham contato com telas, seja de TV, tablet, celular ou jogos eletrônicos. Assim, aqueles que ainda não começaram a engatinhar devem ser encorajados a alcançar objetos e a mover os membros, sendo que uma boa forma de realizar esse estímulo é colocá-los de barriguinha para baixo. Já as crianças que conseguem andar sozinhas devem estar ativas por pelo menos 180 minutos diários, seja ficando em pé, saltando, correndo ou brincando.
- Crianças de 3 a 5 anos de idade
Nessa faixa etária, o tempo de tela não deve ultrapassar 2 horas diárias, sendo que quanto menos tempo gasto nessa atividade, melhor. Assim, essas crianças devem ser estimuladas a praticar atividades diversas e em diferentes ambientes, que estimulem a coordenação motora. Algumas opções incluem andar de bicicleta, realizar atividades na água (supervisionadas), brincar de correr e perseguir ou jogar bola.
- Crianças a partir de 6 anos e adolescentes
A recomendação da SBP é que crianças e adolescentes realizem pelo menos 60 minutos diários de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa, como pedalar, nadar, brincar em playground, correr e outras que acelerem a respiração e façam o coração bater mais rápido. Além disso, atividades que promovem flexibilidade articular devem ser praticadas pelo menos três vezes na semana.
Atividade física na infância: papel dos pais
É importante reforçar que o estímulo à atividade física na infância e adolescência começa na família, com os pais informando-se com a médica pediatra sobre a condição de saúde de seus filhos e se há alguma limitação. Além disso, é válido organizar-se para participar de pelo menos uma atividade física por semana com a criança e estimular a participação em atividades em grupo para aprenderem a se relacionar e a lidar com frustrações.
Dúvidas para cuidar do seu pequeno? Entre em contato com a Dra. Flávia Serralha, especialista em Pediatria Integrativa e Educação Positiva!