
Vacinas e consultas de rotina: como transformar o cuidado em um momento de segurança e vínculo
"A forma como a criança vivencia vacinas e consultas influencia a relação dela com o cuidado e a saúde ao longo da vida. Quando os pais conduzem esses momentos com acolhimento e calma, o corpo da criança aprende que o cuidado é sinônimo de segurança, e não de medo."
A vacinação e as consultas de rotina são parte essencial da prevenção infantil.
Mas, para muitas crianças — e também para os pais — esses momentos podem gerar tensão, medo e ansiedade.
O modo como os cuidadores reagem diante dessas situações tem impacto direto na forma como o pequeno vai enxergar o cuidado médico: como algo seguro ou como uma experiência ameaçadora.
Por que o medo aparece
Durante a infância, a criança ainda não tem recursos para compreender o motivo da dor ou do desconforto.
Quando o adulto transmite medo, pressa ou impaciência, o cérebro infantil associa a consulta ou a vacina a algo perigoso.
Com o tempo, isso pode gerar resistência a cuidados médicos e até reações de estresse em futuras situações semelhantes.
Como os pais podem tornar o cuidado mais leve
Pequenas atitudes dos pais e da equipe de saúde fazem toda a diferença na forma como a criança vivencia esses momentos.
Explique com verdade e calma
Evite frases como “não vai doer” ou “é só uma picadinha”.
Fale a verdade de forma tranquila: “vai doer um pouquinho, mas é rápido, e eu vou estar com você o tempo todo”.
Isso ajuda a criar previsibilidade e segurança emocional.
Esteja presente
A presença física e o contato visual dos pais transmitem proteção.
O toque, a respiração sincronizada e o tom de voz calmo ajudam a regular o corpo da criança diante do estresse.
Valide o medo
Em vez de dizer “não precisa chorar”, reconheça o sentimento: “eu sei que é difícil, mas você é corajoso e está se cuidando”.
Validar as emoções ensina a lidar com o medo sem vergonha ou repressão.
Reforce o significado positivo
Após o atendimento, celebre o cuidado: “hoje você se protegeu e ficou ainda mais forte!”.
Assim, a criança associa a prevenção a uma experiência de amor e segurança.
Conclusão
Vacinas e consultas não precisam ser momentos de tensão.
Quando são vividos com presença, empatia e calma, tornam-se experiências de confiança e vínculo.
A criança aprende, desde cedo, que o cuidado é uma forma de amor — e isso constrói a base emocional para uma vida inteira de saúde e prevenção.
✨ Dica da Dra. Flávia Serralha:
“Toda vez que o adulto acolhe o medo da criança, ele ensina o corpo dela a confiar no cuidado. É assim que o medo se transforma em segurança e o cuidado em vínculo.”
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