Mãe abraçando a criança após uma birra, mostrando acolhimento, empatia e vínculo emocional.

Como lidar com as birras sem gerar medo ou culpa: o papel dos pais na construção emocional da criança

November 25, 20252 min read

"As birras fazem parte do desenvolvimento emocional da criança. Elas não são sinal de desobediência, mas uma forma de comunicação. A forma como os pais reagem nesses momentos pode fortalecer o vínculo e ensinar autorregulação — ou, ao contrário, gerar medo, culpa e insegurança."

As birras são um dos comportamentos que mais desafiam os pais durante a infância.

Por trás do choro intenso e das reações explosivas, há uma tentativa da criança de expressar algo que ainda não consegue colocar em palavras — frustração, cansaço, necessidade de atenção ou limites pouco claros.

A grande questão não é evitar as birras, mas aprender a lidar com elas sem ferir o vínculo e a segurança emocional da criança.

Por que as birras acontecem

As birras surgem naturalmente entre 1 e 4 anos, quando a criança começa a explorar o mundo e a testar sua autonomia.
Nesse momento, o cérebro ainda está em desenvolvimento e não possui maturidade suficiente para controlar impulsos ou emoções intensas.

Quando o adulto responde com gritos, ameaças ou castigos, o cérebro da criança entende que expressar emoções é perigoso — e isso pode gerar medo, retraimento e dificuldade de comunicação no futuro.


O que os pais podem fazer

Lidar com as birras de forma respeitosa não significa ceder a tudo, mas ensinar com empatia e firmeza.
Algumas atitudes ajudam a tornar esses momentos oportunidades de conexão:

Mantenha a calma

A criança se regula pelo adulto. Quanto mais o cuidador se descontrola, mais difícil fica para ela se acalmar. Respire fundo e lembre-se: a crise vai passar.

Valide os sentimentos

Dizer “eu sei que você está bravo porque não pode brincar agora” mostra que o sentimento é aceito, mesmo que o comportamento precise de limite.

Ofereça segurança, não punição

Acolher não é o mesmo que permitir tudo. Dizer “eu não vou deixar você bater, mas estou aqui com você” ensina que o limite existe dentro de um ambiente seguro.

Reflita depois da crise

Depois que a criança se acalmar, converse sobre o que aconteceu. Isso ajuda na construção da consciência emocional e fortalece o vínculo.


As birras são oportunidades de aprendizado — tanto para os pais quanto para os filhos.
Quando são vividas com presença e empatia, ajudam a construir adultos emocionalmente seguros e conectados.
Mas, quando respondidas com agressividade, podem gerar memórias de medo e insegurança que se refletem na vida adulta.

O caminho está em transformar o caos em vínculo e o limite em cuidado.

Dica da Dra. Flávia Serralha:

“A forma como reagimos às birras ensina muito mais do que qualquer discurso. Acolher não é ceder: é ensinar o cérebro da criança a se sentir seguro mesmo diante da frustração.”

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Dra. Flávia Serralha é pediatra em Uberlândia, especialista em desenvolvimento infantil e prevenção de traumas na infância. Atua com uma abordagem humanizada e baseada em evidências, ajudando famílias a compreender o comportamento e as necessidades emocionais das crianças. No blog, compartilha orientações práticas sobre sono, amamentação, alimentação, saúde emocional e parentalidade consciente, sempre com ciência, acolhimento e prevenção.

Dra. Flávia Serralha

Dra. Flávia Serralha é pediatra em Uberlândia, especialista em desenvolvimento infantil e prevenção de traumas na infância. Atua com uma abordagem humanizada e baseada em evidências, ajudando famílias a compreender o comportamento e as necessidades emocionais das crianças. No blog, compartilha orientações práticas sobre sono, amamentação, alimentação, saúde emocional e parentalidade consciente, sempre com ciência, acolhimento e prevenção.

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